Educar é inserir e comprometer na estrutura social numa dinâmica de vanguarda.
Para estar na vanguarda, para liderar processos, para que o exercício duma cidadania plena seja conseguido é necessário que o cidadão seja plenamente livre e só assim poder ser responsabilizado em plenitude.
Depois, é indispensável que os contributos operacionais no contexto cívico sejam novos e não pura repetição de coisas do passado.
Esta, a celebração e comemoração dos idos é uma maleita nacional que teima em chamar cultura a passados memorizados. Na verdade não há cultura que não seja proactiva.
Assim, educado não é aquele que reproduz, que repete, que diz muito bem o que outros já disseram antes, mas quem é capaz de produzir, de inovar, de buscar um novo sol para além das nuvens.

Não importa acrescentar novas quantidades da velha natureza, das coisas e das práticas sociais que já foram e que valem como experiência.
É necessário introduzir entropias, promover o corte epistemológica para que a sociedade, que é a casa do cidadão, se oriente, e sempre reoriente para novas buscas e novos rumos…
Não é importante correr: importante é caminhar na direcção certa.
E esse rigor de inovar exige sempre saber o porquê e o para quê dos nossos procedimentos. É assim que, dia a dia, momento a momento, a nossa auto-avaliação nos move para descoberta de caminhos novos, para busca da virtude da incessante mudança. Porque toda a mudança é, em princípio, uma prática virtuosa…

Deparamos, dolorosamente, com um défice de rigor conceptual que deveria explicar para que a AVALIAÇÂO possa ser aceite, desejada e até exigida.
A avaliação é, em primeiro lugar, uma prática sistemática do conhecimento: passam por nós, em cada dia, incontáveis sinais que cada um criva ou joeira, fincado em duas referências fundamentais que constituem o cerne dos objectivos pedagógicos: as necessidades e os interesses. Aprendemos sempre, e só, aquilo de que temos necessidade ou o que vai dar satisfação aos nossos interesses.
A avaliação é, ainda. um quadro de referências éticas e estéticas que condicionam e movem, cada pessoa, a actos de opção ou recusa em conformidade com os registos que cada um inscreve nesse quadro de valores.
É correcto afirmar que educar é, numa afirmação diferente mas redundante, levar o aprendente a saber assumir e aplicar um modelo adequado de auto-avaliação.
Esta auto-avaliação (mais ou menos adequada na sociedade ou na simples comunidade de pertença) é o resultado duma avaliação externa, adjuvante e apreendida no processo educativo que decorre do projecto curricular e dos empenhos partilhados e repartidos entre escola e família.
Faça-se notar que o empenho da família é cada vez mais débil, e menos eficaz, particularmente nos grandes centros urbanos, quando, como é cada vez mais habitual, ambos os progenitores trabalham, deixando o lar muito cedo e regressando muito tarde.
Não é possível nesta correria, encontrar disponibilidade psicológica e física para acolher e amparar os filhos, num diálogo aberto e franco e sempre em sintonia com as suas inquietações psicológicas e o seu crescimento físico, como era conveniente e desejável.

O esboroar do núcleo familiar tradicional e a concomitante massificação da escolaridade veio carregar os docentes das tarefas que no antigamente eram partilhadas com a família…
Mas EDUCAR É PRECISO. Sob pena de não haver futuro.
1 comentário:
Li e gostei das três postagens.Muito boas, bem escritas, por quem sabe e entende.Parabéns
17 de Janeiro de 2009 17:27
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