Mais que iníqua e inútil a lei é perversa. Não estrutura nada de novo, Não vem resolver o que quer que seja e abre até ao osso conflitos latentes.
Contudo, trás consigo, à tona das evidências, duas realidades importantes: a natureza rasca dos poderes políticos, e a abertura à democracia enquanto permite a pertinência da participação do cidadão.
Tudo o resto é veleidade, engodo do poder centralizado, rebuçado letal no caminho da regionalização.
Está o poder central a criar mais uma estrutura intermédia, decalcada nos distritos, distritos esses, que já não servem para nada. Essas estruturas têm custos e não se vê que possam trazer benefícios.
Um país pelintra não pode ter o atrevimento de criar plataformas para encaixar mais inúteis da dita classe política, uma raça que nunca deveria ter existido. A política é uma actividade normal e quotidiana da cidadania., e o grau de democracia sempre se mede pelo grau de participação das pessoas.
É repelente ouvir um entronizado político perguntar ao cidadão duma profissão comum o que é que você fez pela pátria, pelo concelho, pela freguesia…
O senhor actual Presidente da República esbanjou os fundos comunitários no tempo das “vacas gordas”. Eu, entretanto era uma banal professor periférico, mas a incitar os meus alunos para aprendizagens que hoje lhes servem de boas ferramentas para resolver problemas do seu quotidiano. Eu fui melhor político, porque desempenhei melhor o meu papel de cidadão, do que um Cavaco que deu milhões a um Roussel para este fazer que fazia uma exploração agrícola de alto coturno em terras alentejanas.. Passem pelo Brejão e vejam, com olhos vistos, o que aconteceu…
Esta lei é inútil porque se limita a criar mais umas gamelas onde vão pastar mais uns quantos afilhados…
A organização administrativa do nosso país é ridícula e hilariante. Imaginem que há concelhos com 1, 2,3, 4, freguesias e um com 89.
Imaginem que há um concelho com 1.767 habitantes e um outro com 509.751 e depois outro com 428.470. E todos têm o mesmo estatuto jurídico-administrativo…
Andamos a brincar a reformas quando era necessário refundar o país em critérios de razoabilidade que soubessem cruzar critérios de dimensão territorial com densidade populacional…
Esta lei é para entreter pacóvios, para aflorar ciúmes, para engodar vítimas da crise…
Peguem na reforma de Mouzinho da Silveira, deitem-na fora e façam uma para os nossos dias…
O drama é que cada um fez, ou quer fazer, o seu ninho dourado à custa do liderato político e deixa que a herança da refundação venha para quem chegar depois.
O pior é que andamos nisto desde a segunda dinastia. Somos um país de traficantes e transporte e não um território capaz de aproveitar as excepcionais condições naturais que temos para ser um país produtor…
Senhores donos das políticas, deixem-se de brincadeiras…
Vão todos tomar banho!
José Candido Rodrigues
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